LIVROS COM A LETRA "D"
Autor do livro: José de Alencar
Henriqueta era filha de Vasconcelos e estava apaixonada por Eduardo. No entanto, esse, há algum tempo, a tratava com indiferença e até mesmo desprezo. Ela era a melhor amiga de Carlotinha, irmã dele. Carlotinha enxergava o amor da amiga e dizia que o irmão não estava com raiva, mas que também o nutria o mesmo sentimento por ela.As duas tinham essa conversa no quarto de Eduardo, e Henriqueta até citou a janela do quarto como prova da indiferença, uma vez que antes eles fingiam não se ver pelas janelas e já agora ela mantinha a janela sempre fechada. Em meio a essa conversa Eduardo chegou e então Henriqueta foi embora, afinal estava no quarto de um moço solteiro. Eduardo apenas entrou perguntando por Pedro, seu escravo particular, e logo que esse chegou lhe fez as recomendações necessárias e foi embora.
Pedro ficou sozinho com Carlotinha e começou a falar de Alfredo, um rapaz que estava interessado nela. Exaltou suas qualidades, inventou que ele era rico, e já imaginava Carlotinha casada e convidando ele para ser seu chofer. Mas a menina fazia pouco caso, e não queria nem mesmo receber a carta. Sendo assim, Pedro a colocou escondida no bolso dela.
Depois disso Pedro foi falar com o irmão mais novo da casa, e contou como ele mandava versos bonitos para uma viúva rica que morava na casa da frente e mandou um verso maldoso para Henriqueta, tudo em nome de Eduardo, porque assim ele se arranjava com a mulher rica e não com a pobre.
Em seguida Alfredo veio ter com Pedro e lhe perguntou da resposta que Carlotinha havia dado a carta, mas ele contou uma história de que moça quando recebe carta a relê muitas vezes, analisa e depois que manda a resposta. Nesse momento ela chega e Pedro aconselha Alfredo a sair sem dizer nada, o que causa má impressão nela. Depois ela perguntou por que colocou aquela carta no bolso dela. Disse ainda que precisou mentir para a mãe, que por pouco não percebeu que ela tinha consigo uma carta de namoro.
Mais tarde, Eduardo chegou acompanhado de Azevedo, um amigo, e Pedro estava com eles também, no quarto do senhor. Azevedo acabava de voltar de Paris, e em toda a frase usava o francês junto ao português. Azevedo falava como a França era maravilhosa e como todos deveriam ir conhecer tais ares. Falava como era desenvolvida e como foi com a alma de um jovem e voltou como um velho saciado. Sendo assim, agora se lançaria na carreira pública e se casaria.
Falou ainda que ia se casar com Henriqueta, que não era rico o suficiente para se casar com moça pobre e que também não estava apaixonado, mas que se casar com uma mulher bonita faria bem para sua carreira, uma vez que ela atrairia olhares de homens importantes de quem ele se tornaria amigo para sua escalada social.
Quando ele foi embora, Pedro, que já tinha saído do aposento, foi chamá-lo para jantar. Ele não queria e Pedro disse à Carlotinha, que também tinha aparecido, que ela não queria comer porque Henriqueta ia se casar. E Eduardo justificava o casamento por interesse financeiro da parte dela. Carlotinha, que sabia de toda história, estava decidida a mostrar aos dois que sofriam uma confusão, uma vez que se amavam. Combinou de contar tudo ao irmão depois do jantar, quando a mãe deles, D. Maria, não atrapalhasse mais.
Carlotinha então contou que Henriqueta ficou magoada porque recebeu uns versos dele zombando-a, e que desde então ele mantinha a janela fechada, e que naquele dia ela tinha ido lá a fim de ver se ele a tratava com menos indiferença, para assim alimentar suas esperanças e ela negar o casamento. E como assim ele não fez, ela confirmou nessa tarde o casamento com Azevedo.
Por isso Eduardo chamou Pedro e pediu uma explicação, o negrinho explicou que trocava os versos para ele fazer um casamento lucrativo e, assim, ele poderia ser chofer. Eduardo só riu.
Quando Pedro e Carlotinha ficaram sozinhos novamente, ele falou que ia consertar aquela situação e convenceu a sinhazinha de mandar uma flor para Alfredo, porque assim alimentava o amor dele.
Depois dessa, Carlotinha escreveu à Henriqueta para que fosse à noite visitá-la e ver que Eduardo a amava. Quando ele veio perguntar se ela tinha mandado a carta, Carlotinha aproveitou para confessar a gravíssima falta que cometeu. Enviar uma flor a um rapaz.
Com isso Eduardo se lembrou do cargo de chefe de família que carregava e de como ele era responsável pela honra da família. Então, tranquilizou a irmã e disse que a culpa era só dele. Em seguida chegaram Henriqueta, Vasconcelos e Azevedo.
Azevedo logo se encantou pelo jeito de Carlotinha e prestou toda atenção na moça, que fazia do ambiente muito agradável. Henriqueta estava calada e triste, já que Eduardo não trocara palavra com ela. Na verdade ele estava conversando com Alfredo. Ao confirmar que os sentimentos dele em relação à Carlotinha eram sérios, propôs que passasse a frequentar a casa para que assim a honra não fosse manchada por erros que são cometidos quando se faz as coisas escondidos.
Pedro também tratava de organizar as coisas. Inventou para Azevedo que Vasconcelos estava falando para toda a rua do ouvidor que ia casar a filha com moço rico e assim pagaria o que devia aos comerciantes dali, falou também que Henriqueta era uma moça muito feia. Que tudo na verdade era efeito de maquiagens, espartilhos e muito pano. A contrapartida exaltou os valores de Carlotinha, e quando foi perguntado se ela gostava de algum moço, disse que não. Que gostava de homens sérios como Azevedo e que esse rapaz, Alfredo, não tinha chances.
Nessa hora já estavam começando as despedidas. E Henriqueta estava triste quando Carlotinha veio ter com ela. Porém, finalmente Eduardo veio falar-lhe. Dizia que estava organizando as coisas para a irmã, e que essa provavelmente ia lhe contar do que se tratava. Depois se desculpou pela confusão dos versos, e se declararam. E assim ficaram decididos a lutar por seu amor.
Noutro dia, estava Henriqueta na casa de Carlotinha e essa perguntava a Pedro, sobre Alfredo, que desconversava. Mais tarde, quando Eduardo chegou, ele e Henriqueta conversaram. Ele falava que tinha encontrado um jeito de por fim ao futuro casamento dela. E ela queria saber como, mas Eduardo insistia que a ajuda que precisava dela era apenas o apoio do amor.
Seu plano na verdade consistia em pagar a dívida de poucos reis do pai dela, e assim o dinheiro de Azevedo não seria preciso. Com isso, o pai da moça aceitaria romper o noivado. Eduardo foi resolver esses negócios e Carlotinha e Henriqueta ficaram conversando. Ela disse que estava magoada com a amiga por não ter lhe contado os segredos de seu coração. E assim finalmente Carlotinha cedeu que estava apaixonada por Alfredo, e que ele há alguns dias não aparecia e estava zangado, tendo como única justificativa o momento em que ela o deixou para escrever a carta à amiga, e que ele até a viu a entregando a Pedro.
Nessa conversa, Henriqueta lhe perguntou por que a carta da amiga chegou pela mão de Azevedo, e ela não entendendo chamou Pedro. Este disse que se encontrou com Azevedo na rua. Como era para a noiva dele não viu mal em mandar a carta. Nesse tempo chegou Azevedo que cumprimentou as moças, e depois foi ter com Pedro. Afinal, ele falava que Carlotinha gostava dele, mas ela o tratava com frieza. Ao que ele respondeu que era natural, uma vez que ele era noivo. E assim Azevedo decidiu romper o noivado, indo ter com Vasconcelos.
Depois disso, Pedro contou a Jorge como Henriqueta e Eduardo iriam se casar, Azevedo e Carlotinha também, e D. Maria e Vasconcelos. Quando contava, Vasconcelos chegou e Pedro começou a falar que o futuro genro dele esteve por lá a falar mal dele. Nesse momento, Alfredo chegou para falar com Eduardo, e Vasconcelos foi atrás de Azevedo que tinha saído a pouco dali.
Estando Pedro e Alfredo sozinhos. Ele começou a reafirmar a ideia de que Carlotinha estava interessada em Azevedo, quando finalmente chegam, à presença de Carlotinha, Henriqueta e Eduardo. Ali elas tentam chamar a atenção dele e achar uma justificativa pra seu novo tratamento indiferente com Carlotinha. Finalmente quando estavam sozinhos, Alfredo falou que vinha interessado em pedir a mão da irmã dele em casamento, mas teve prova que ela não o amava.
Carlotinha que ouvia tudo entrou junto de Henriqueta desejando ter essa prova de que não o amava. Alfredo negou-se a dar, mas enfim falou que ela mandara uma carta a Azevedo, e que vira tudo. Carlotinha passou a negar o fato, e nesse instante Azevedo chega também, contando como rompeu o noivado, e Carlotinha se aproveita para fazê-lo falar que nunca recebeu carta alguma dela, o que eu ele confirma dizendo que caso tivesse recebido vinha declarar-lhe seu amor. Carlotinha o destrata e tenta convencer Alfredo que ama a ele.
D. Maria também aparece e quer saber o que está acontecendo e porque estão todos tão frios. E por fim Vasconcelos também chega contando das calúnias que ouviu de Azevedo e que tudo nascera naquela casa, logo eles deviam retirar sua convivência dali.
Todos estando chateados e feridos, se lamentam, porém quando Pedro lamenta por si próprio, Vasconcelos e Azevedo o indicam como quem pode esclarecer tudo. Mas antes que ele fale, Eduardo declara que a culpa é da sociedade brasileira, e conta como cada família tem seu demônio familiar que muitas vezes age para criar discórdias dentro das famílias.
Logo Pedro confirma que todas as histórias foram inventadas por ele para que Azevedo deixasse Henriqueta e ela pudesse ficar com Eduardo, e Carlotinha com o ex-noivo da amiga.
Eduardo não se zanga com Pedro, mas o castiga dando a liberdade para ele e fechando a porta de sua casa para tal. Eduardo ainda diz que a dívida que Vasconcelos tinha com Azevedo estava quitada e ficaria como o dote de Henriqueta. Carlotinha, incentivada por ele, perdoa Alfredo e assim Eduardo declara que agora cabia à família vigiar para que o demônio familiar não atuasse novamente.
Autor do livro: José de Alencar
Anos mais tarde, Emília já se tornara uma moça e, por mais inesperado que fosse, era a mais bela da corte. Sua chegada no baile desanimava as demais moças que não podiam com a beleza dela e inspirava nos rapazes inúmeros galanteios. A família dela sempre insistia em uma reconciliação da menina com o seu salvador, no entanto, ela satisfazia-se em humilhar e constrangê-lo.
Se ele, por insistência dos demais, vinha lhe pedir o prazer de uma quadrilha, ela negava dizendo já ter parceiros para a quantia de danças que pretendia ter e seguidamente, ainda na frente dele, concedia a quarta ou a sexta valsa a outro cavalheiro.
Porém todo o desprezo da menina despertou no médico um grande amor. Mas ao mesmo tempo em que ele a amava, sentia seu orgulho muito mais que ferido... Entretanto ele continuava a lhe pedir valsas e ela a negá-las. Foi nesse contexto que ele, extremamente aniquilado pelos maus tratos da moça, decidiu por fim vingar-se e esquecê-la de vez.
A sua sorte foi que Geraldo, irmão de Emília, tinha que ajudar a uma órfã por pedido da irmã que tinha um bom coração tratando-se de caridades. Geraldo, sem ânimo nenhum para a boa ação, pediu ajuda ao doutor, que viu a sua chance e se disponibilizou a ajudá-lo.
O dinheiro para ajudar a menina era uma quantia pequena, e ele foi pedí-la ao pai de Emília como pagamento pela vez que salvara a vida da menina. Ele chegou a lhe oferecer maior quantia e até mesmo a recusar-se a pagar tão pouco, mas ali estava a vingança do médico. Visto que Emília estava presente afirmou que era aquela singela quantia que era merecida pelo seu trabalho, o que implicitamente era dar o mesmo valor à vida da moça.
Recebendo o dinheiro, foi embora satisfeito e decidido a abandonar de vez o convívio com aquela família. Mandou a ajuda à órfã no nome de Geraldo e assim concretizou sua ação. Porém logo depois desse ato foi chamado à casa de Emília. Surpreendentemente ambos e mais a tia da menina seguiram em um passeio que acabou mais cedo para a tia dela intencionalmente, por parte de Emília.
A sós a moça abriu-lhe o coração. Tratava-o com tamanho desprezo e indiferença por temê-lo. Desconhecia em seu coração o amor e o único sentimento que nutria era uma gratidão e admiração imensa pelo médico, mas o tratava de tal forma porque temia que o conhecendo pudesse frustrar o coração quanto a esses sentimentos. Mas quando notou o quanto o feria resolveu dizer-lhe toda a verdade.
Assim, de pazes feitas passaram ao convívio. Já nos bailes ela lhe concedia danças e até mesmo fazia da quadrilha com ele a última da noite. Ela ainda não o amava, ele só sentia o amor crescer-lhe e assim também o ciúme, este último fez em certa ocasião os dois brigarem, pois a ela não faltavam admiradores e declarações.
No entanto, eles acabavam por superá-las. Dr. Augusto chegou a se mudar para a vizinhança da moça e durante a noite os dois a sós se encontravam nos jardins e conversavam. Ele chegou a se declarar e ela pedia-lhe calma, pois ainda não o amava, mas o sentimento com o caminhar do tempo estava mais prestes a nascer do que nunca.
No entanto o amor de Emília que não nascia frustrava o médico, a essa altura os admiradores já haviam sido afastados e ela diferente da menina orgulhosa que era já se dobrava a uma submissão. No entanto um se submetia à vontade do outro trazendo para a relação, no ponto de vista dela, uma terrível monotonia.
Foi em uma tarde que o médico, chegando à casa dela, a encontrou pronta para uma ida ao teatro, o ciúme instantaneamente vibrou no peito de Augusto, e ele lhe pediu que finalmente, até mesmo para acalmá-lo, ela dissesse que o amava. Porém, segundo ela ainda era cedo, mas o doutor não suportou e rompeu definitivamente o romance – pelo menos era o que pensava.
Um mês depois se reencontraram e ela lhe questionou sobre o amor que ele tinha por ela, ele negou sua atual existência. Três dias depois estavam na chácara da família dela um grande grupo a passear, Emília se afastou e logo Augusto foi ter com ela. Ali tiveram sua conversa fatal.
Ele declarou a ela que todo o amor que afirmava sentir, crescera e apenas vivera devido ao sucesso econômico do pai de Emília e que só por isso ele se interessava por ela, nada mais que os benefícios que o ganhador da mão dela teria. Ela, depois de tal declaração, afirmou que aquilo não passava de uma confirmação do seu amor. Augusto, enfurecido, concordou, mas disse que o amor adorador que sentia agora tinha sido substituído por uma vontade de possuí-la contra a própria vontade dela.
Feito isso, a menina o desprezou. Ele tentou-lhe dar um beijo, mas ela esquivou-se e quando Augusto percebeu tinha posto a menina a seus pés. Vendo a sua ação pediu-lhe perdão e recebeu em troca uma declaração de amor. Sua resposta foi ir embora.
No dia seguinte recebeu de Emília uma carta afirmando todo o seu amor e devoção que só agora ela percebera. O médico ainda tentou resistir a ela, mas foi inútil. Amavam-se e naturalmente o passo seguinte foi o casamento.
Autor do livro: Machado de Assis
Bento era filho de D. Glória, uma mulher bondosa. Vivia em sua casa em Matacavalos junto com seu tio Cosme que havia enviuvado, sua prima Justina também viúva e um agregado, José Dias. Seu pai já havia morrido.
Dona Glória, que havia perdido o primeiro filho, fez uma promessa a Deus, que se lhe abençoace com um filho vivo esse iria para o seminário quando fosse o tempo e se tornaria padre. Nasceu Bento. Quando ele tinha seus quinze anos foi lembrada a sua mãe a promessa que fizera e que já era tempo de cumpri-la.
Bento sabendo da sua partida próxima para o seminário foi ter com sua amiga, Capitu. Os dois eram amigos de infância e dessa amizade nasceu um amor. Ele lhe contou sobre a promessa e os dois desde já começeram a lutar buscando formas de evitar a separação que viria. Decidiram então pedir que José Dias lutasse por eles.
Certo dia ao visitar Capitu, Bento lhe penteou os cabelos, ao terminar acabaram se beijando. O romance deles ia crescendo e tomando forças, e a ida ao seminário trazia o medo da separação, em uma tarde então juraram um ao outro que se casariam.
O novo ano chegou e Bento foi para o seminário. Lá fez um amigo, Escobar, foi o único com quem cogitou contar a jura feita à Capitu, mas essa não lhe permitiu. Sempre aos sábados ele retornava a sua casa onde revia seus familiares e Capitu.
D. Glória e Capitu se aproximavam e isso alegrava Bento que via a aprovação de sua mãe. Escobar logo passou a frequentar a casa dele e toda a família aprovou. Era agora amigo de Capitu também. Sendo assim, estanto os dois no seminário trocaram segredos, Bento lhe contou sobre o seu juramento e Esobar lhe contou que também não seria padre, amava o comércio.
Em uma das visitas, Bentinho teve por Capitu um acesso de ciúme acreditando que ela lhe traia apenas por olhar com um rapaz que passava na rua. Capitu lhe disse que por mais uma lhe rompia o juramento.
A essa altura D. Glória queria que Bento voltasse. Muitos planos para o abandono da promessa vieram, por fim ela tomou um orfão e esse foi encaminhado ao seminário, Bentinho aos vinte e dois anos era bacharel em Direito. Como tinha a aprovação da mãe casou-se com Capitu e foram pra Tijuca.
Escobar havia casado com Sancha, uma grande amiga de Capitu, sendo assim se alternavam entre jantares na Tijuca e no Flamengo. Escobar logo foi pai de uma menina, mas a Bento não vinha essa benção. Até que esse foi pai de um filho único, Ezequiel. O tempo passava o menino crescia e tinha mania de imitar os outros, mania que tentavam lhe tirar, mas sem sucesso.
Escobar morreu, durante seu velório Bentinho notou em Capitu um sentimento diferente embora ela não tenha chorado, a viúva de Escobar partiu para o Paraná com a filha.
Ezequiel ia crescendo e nele se via Escobar rapaz. Bento via no filho o jeito de andar, rir, conversar, comer do amigo morto. O ciúme e a dúvida acerca de uma traição que se comprovava na igualdade de Ezequiel com Escobar pôs fim na família Santiago. Bento se mantinha longe e recluso, Ezequiel acabou indo para um colégio de onde só voltava aos sábados. E era nos dias de sua volta que Bento fugia de casa, ver o filho era comprovar a traição que sofrera.
Bento já atorduado resolve suicidar, tentou, mas abandonou o plano. Por fim foram para Europa de onde apenas ele regressou, vivia então só, e às vezes viajava até a Europa apenas como disfarçe ao povo que lhe perguntava sobre a mulher e o filho, quando ia lá não os procurava. As correspondências que trocava com Capitu eram breves e secas, já as dela não.
Sua mãe, tio Cosme, José Dias todos se foram. Este último antes de ver o regresso de Ezequiel. Ele voltou, Capitu havia morrido e estava enterrada nas terras da Suiça. Ver Ezequiel era ver Escobar, no jeito de rir, comer, falar, andar, em tudo.
Mesmo assim Bento fez o papel de pai, financiou lhe uma viagem à Grécia, Egito e Palestina, pois Ezequiel amava a arqueologia.
Ao fim, Ezequiel morreu de febre tifóide, foi enterrado em Jerusalém com as palavras “tu eras perfeito nos teus caminhos”. Dom Casmurro apenas conclui que sua maior amiga e seu melhor amigo foram unidos pelo destino e enganaram-o.